terça-feira, 24 de agosto de 2010

A base de tudo

Um destes dias, dei comigo a ouvir boa música, relaxando na cama, e começando a pensar: porque é que nos relacionamos? Porque é que simples hormonas dão azo a sentimentos complexos?

Dou por mim, várias vezes, a analisar os comportamentos, reacções, padrões das pessoas. Por mais que uma pessoa se ache única, todos nós seguimos padrões comportamentais iguais. Seguimos três instintos, na minha opinião. Alimentação, atenção e sobrevivência da espécie. Sim, eu disse sobrevivência da espécie, que por outra palavras significa sexo, e num contexto mais moderno (para não me chamarem de conservador), prazer sexual.

Penso que neste momento estão a pensar "o quê? quer dizer que, na sua opinião, mais de metade dos meus comportamentos são na sua base comportamentos sexuais?" e eu respondo "sim". Na minha opinião, maior parte dos comportamentos são induzidos através de uma base sexual/sobrevivência.

Possuo tal opinião, porque ao analisar (por entretenimento, não por ciência) comportamentos das pessoas, retirei esta ilação. Vou colocar vários exemplos:

-Um jovem quando quer cortejar (ou seja, comer, numa linguagem mais moderna) uma jovem, ele toma certas atitudes dominantes (tais como arranjar-se [como o pavão, note-se], mostrar-se forte e "guerrear" outros jovens [como os alces fazem para determinar qual o macho que irá acasalar primeiro] e até, com "falinhas mansas" [como as aves na altura da corte].Estas atitudes, apesar de mascaradas por sentimentos complexos, fazem de um processo natural para mostrar à (futura) parceira que ele é que é bom para ela, que tem os melhores genes para a progressão saudável da espécie, em detrimento de outro jovem qualquer. Apesar de nem todas as relações amorosas serem de apenas sexo, todas elas caminham para ele (inevitável, no meu ponto de vista) e é a satisfação física (desde o aspecto, passando pelos beijos e abraços, até ao acto sexual) que faz com que alguém se sinta atraído sexualmente pelo companheiro. Para termos plenitude psicológica basta-nos os amigos, não é verdade?

-Criamos amizades porquê? Porque no fundo, somos um ser social que tem necessidade de hierarquizar-se, tal como qualquer sociedade no mundo vivo. Em todos os grupos, existe um macho alfa, que é o macho dominante. Em grupos humanos, este "macho" (porque pode ser fêmea) é aquele que combina tudo, que leva toda a gente para todo lado, o típico "cool guy". Agora note-se, que no geral, estas pessoas são mais atraentes para o sexo oposto (e até o mesmo sexo, não quero ser homofóbico neste blog). Isto deve-se ao tal conjunto de hormonas, que mais uma vez nos diz que aquela pessoa tem genes melhores para a espécie progredir. Isto tudo mascarado, mais uma vez, por complexas reacções químicas, que são os sentimentos.

Existem muitos mais exemplos, mas neste momento lembro me mais vivamente destes, e não tenho vontade de plagiar a Wikipédia (que ela própria é um grande conjunto de plágios), por isso deixo aqui estes exemplos.

A conclusão que eu tirei a partir destas duas situações supracitadas, é que no fundo, quase tudo o que sentimos, são hormonas direccionadas para a progressão da espécie. O nosso cérebro é que foi capaz de mascarar estes sentimentos básicos com outros mais complexos, porque somos seres bastante evoluídos, e comportar-mo-nos como animais também não.

Com isto pergunto-me: será que os sentimentos são reais? São. São apenas hormonas? São. Mas há algo mais? Há. Penso que apesar de isto tudo, há uma essência que os seres humanos tem, que ultrapassa a simples vontade de sobreviver. É algo que noto, em todas as pessoas, algo único, algo que não vejo em simples animais. Será porque se podem exprimir, tal como eu estou a fazer aqui neste blog? Não faço ideia. Simplesmente sei que, apesar de nos movermos maioritariamente por impulsos sexuais, que há algo mais em nós que nos torna especiais, divinos.

Acho que vou fazer disto imagem de marca do blog, e por isso vou terminar aqui com uma citação de Arnold J. Toynbee, um historiador britânico:

Os componentes da sociedade não são os seres humanos, mas as relações que existem entre eles.

Pensem nisto.

domingo, 15 de agosto de 2010

A vida dá tantas voltas...

Passo me com isto tudo.

Gente que diz uma coisa e faz outra, gente que pensa que nós somos parvos e tenta comer-nos por parvos, gente que não dá valor àquilo que tem, gente que tem o melhor possível e mesmo assim é burra o suficiente para não ver isso, e trocar o bom que tem, pelo mau que acha que é bom.

Toda a gente comete erros. Mas alguns são absolutamente escusados.

E sinceramente, já não acho que seja burrice. Acho que é mesmo facilidade de escolha, as pessoas deixam de lutar, e fazem e vão para o que mais lhes convém. Isto é cada um por si, e mesmo assim, as pessoas não têm força interior para ver o que pode ser melhor para elas. Ficam-se pelo comodismo. E é esse comodismo que mata as pessoas que se esforçam. Enquanto uns são básicos, outros são complexos. E são os complexos que sofrem com a falta de complexidade dos básicos.

Porque é que as pessoas, sabendo que lhes fazem o bem, muitas das vezes procuram o mal? Será por pura estupidez, ou algo mais?

Já pensei que há pessoas inconscientes, já pensei que há pessoas que não gostam de lutar... Mas no fundo, acho que pensar e racionalizar cansa. É verdade, cansa. E como já repeti variadas vezes, ninguém gosta de se cansar. Ninguém gosta de se esforçar para nada. Gostam da papinha feita. Não gostam de lutar para terem o que realmente querem. Preferem deixar aquilo que querem, para terem aquilo que lhes convém.

Honestamente, estou ligeiramente farto desta mentalidade. Irrita-me solenemente a apatia e até algum desprezo das pessoas em relação às pessoas que se preocupam com elas.

E concluo com uma frase de Honoré de Balzac, um romancista francês do século XIX

As pessoas estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor.

Pensem nisto.